quinta-feira, 8 de maio de 2014

ENTREVISTA: Peixe de Vala e seu bregaviolence/peixecore

Peixe de Vala é uma banda da novíssima safra do hardcore local (embora se auto rotulem de Bregaviolence/peixecore). Formado por integrantes bem novos, o vocalista Cláudio Mateus fez questão de passar a entrevista pra todos da banda responderem, no melhor estilo anarco-socialista. Mas a molecada quer mesmo é se divertir e fazer os outros curtirem. E estão conseguindo, já que com seus poucos shows a galera tem curtido bastante a banda. Segue um breve bate papo com seus integrantes. Quer conhecer seu som? Então vá aos shows, porque eles não possuem nada gravado ainda.


1) O nome da banda tem a ver com o estilo das letras, que falam de coisas regionais (segundo você me disse). De quem partiu essa ideia e porque esse direcionamento?


Pedro: eu e o Gabriel um dia fomos na casa de um brother ai, o Alex, que ia ser vocal da banda antes do pimpão (Claudio), nós chegamos lá ele não estava, então o primo dele chegou enchendo meu saco srsrsrsr, falando que ia no canal da vileta pegar peixe de vala e dar pro gatinho dele, daí eu falei que ia ser um nome legal pra uma banda hc.

2) O regionalismo se restringe apenas as letras ou há propostas de fazer um crossover com ritmos regionais misturados ao hardcore porradera que fazem?


Claudio: A gente põe umas letras falando de coisas que a gente gosta aqui em Belém e também sobre coisas do dia a dia paraense, tem o lado sério mas tem musica que é zoeira também , e tem musicas que agente faz uma batida como se fosse brega ou carimbó.

3) Poucas bandas novas já começam com shows porradas, e vocês no 2º show já encararam uma tocada com a americana Conquest for Death no Xani Club. Cheguei a ouvir elogios dessa apresentação de vocês. Ficaram surpresos com essa resposta da galera?


Gabriel: sim, porque a nossa banda é nova e agente não esperava que a galera fosse curtir tanto, já que não temos material gravado pra galera sacar o som, então so quem sacava mesmo era alguns amigos que já tinham ido no nosso ensaio (no quintal kkk) e também viram alguns vídeos toscos que gravamos na sujeira! 

4) Acham que a cena hardcore aqui está mais aberta, no sentido de ter mais shows e de vários segmentos dentro do estilo?


P.D.V : esses tempos tiveram muitos eventos acho que tem uma galera nova indo, um galera que nem sacava que tinha show assim antes então o pessoal ta conhecendo as bandas novas e as velhas, e com relação ao segmento das bandas cada uma tem um som próprio mas uma acaba influenciando a outra.

5) Qual o passo seguinte agora pra vocês?


P.D.V: é agente ta terminando mais algumas musicas, e um pouco mais de ensaio e juntar uma grana pra gravar nossa primeira demo! Por enquanto só isso!

Peixe de Vala é:
Pedro Peixeiro: Batuques
Gabriel Saturado: Três Cordas / Guitarra
Clautuaba: Vozes
Eddie Lenine: Baixo (NOVO)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

ENTREVISTA - Iza Haber




Lançando seu clipe essa semana, conversamos com a vocalista, guitarrista, mãe, professora e por que não dizer ambientalista, Iza Haber sobre sua música e arte.


1) A banda Stigma, que você e o Ivan Jangoux tocaram, fez certo barulhinho na cena rocker local na década passada. Pode-se dizer que a banda "Iza" seria uma continuação daquele trabalho? Ou preferes ver como algo totalmente novo e a parte daquilo tudo?


= Bem, o Stigma cumpriu seu papel comigo, afinal foi com eles que eu iniciei minha vida musical profissional, foram sete anos de aprendizado em vários aspectos. Cumpriu também seu papel na cena, falo sem qualquer medo que nossa juventude e pique nos possibilitaram abrir portas para uma fatia que andava escondida no início dos anos 2000, as bandas alternativas. Criamos uma cultura de shows que contribuiu muito para o que veio acontecer depois, principalmente para a galera “do meio”. Não tínhamos uma legião de fãs, mas os que curtiam curtem até hoje. Até um ano atrás recebemos mensagens de pessoas que curtiam o som, pessoas de fora do estado e até mesmo do país.

Sobre a segunda parte da pergunta, meu projeto solo jamais foi uma continuação da banda. Óbvio que alguém pode achar alguma semelhança, afinal, é a mesma voz e o mesmo cérebro compositor atuando. Entretanto, de lá para cá minhas influências diversificaram um pouco mais e, justamente por ser um projeto solo, tenho mais liberdade em tudo, processo de composição e execução, o que não acontece quando se tem uma banda.

2) A banda segue um estilo bem único para mim, pois é uma banda de rock, mas com passagens bem alternativas e até dançantes. Quais suas influências?


= Minhas influências perpassam por vários estilos de rock, jazz, música eletrônica, fado (oh yah!) e outras coisas que me encantem. Minha busca é por músicas que me convençam.

3) Hoje em dia é bem mais fácil ter uma banda com uma diretriz mais pop. mas há alguns anos era tudo bem segmentado e separado. Ou se tocava rock pesado, ou o tal MPB. A que deves essa certa abertura que houve? Achas mesmo que hoje está mais fácil?


= Mudança dos tempos. Nossos jovens ainda são bem estreitos em relação a gostos e coisas do tipo, entretanto, a moda do liquidificador (misturar vários estilos) ajudou a desentupir a parada. Entretanto, não sei se hoje está mais fácil, não Jayme. Temos estilos além de Rock Pesado e MPB, mas aí ainda nos prendemos a escolas, entendes? Ainda acredito na quebra de barreiras, mas acho que ainda não aconteceu.

4) Uma música lenta, em francês, com toques de industrial. Como foi para terem a louca ideia de me chamarem para participar com meu vocal rasgado (hehe)?


= Pra te ser sincera eu sempre tive vontade de fazer algum som contigo, mas algo que te fizesse sair da tua zona de conforto, sabes? Cantar em francês uma balada “eletrorock-industrial” acho que foi uma boa pedida. Mas a história foi assim: após gravar a música, senti falta de algo que quebrasse aquela ambiência doce... citamos (Ivan e eu) vários nomes...até que surgiu o teu. Sinceramente, “Chanson” é uma das minhas músicas favoritas, teve um processo de composição muito doido e acho que tua participação ficou marcada na história. :D (NOTA: Também gostei, foi um grande desafio pra mim e particularmente gosto bastante também dessa música).

5) Nota-se uma preocupação importante com os convidados especiais, tanto nos shows, quanto no próprio CD. Acham as participações de fundamental importância? E quando criam a música, já pensam em que convidado chamar para a mesma?


= Na verdade, os convites vão surgindo de forma natural. Quando componho uma música, o faço para mim, para meu próprio deleite e trabalho, mas eu adoro fazer parcerias, principalmente inusitadas. Acho que foi importante para o 1º disco, pois me deu a chance de trabalhar com pessoas com quem ainda não havia compartilhado trabalho algum. Não sei se isso vai rolar no segundo disco, afinal, a proposta será outra. J

6) E esse trabalho novo já está sendo trabalhado ou somente está em pensamento?


= Já tenho 3 composições para esse novo trabalho. Inclusive, não conseguimos segurar e já tocamos algumas em alguns shows

7) Ivan Jangoux, além de guitarrista na banda, é um excelente produtor, dono de estúdio, mixador... Isso ajuda muito ou não interfere no resultado?


= Ajuda, pois não pago pra gravar meus discos. Brincadeira! O Ivan ajuda muito. Quase sempre temos brigas homéricas porque eu teimo com alguns detalhes e ele quer dar outro caminho, mas no final dá certo.

8) Você costuma trabalhar com bons músicos na banda (Raoni Joseph no baixo, Ivan Jangoux, Carlinhos na bateria, sem contar ex-integrantes, como o guitarrista Luis Sick, o baixista Ariel Andrade (responsável pelo blog Baixo Natural) e o tecladista Caio Mendonça (dono do Estúdio Livre). Como é o processo de composição? Você comanda tudo ou se sente como apenas mais uma integrante numa banda?


= As composições são todas minhas. Antes de apresentá-las à turma, defino a atmosfera que pretendo com aquela canção e depois jogo aos leões. Minha equipe é fantástica e eles conseguem dar o formato perfeito a cada música que recebem para lapidar. A gente se entende bacana e isso ajuda. Eles sacam os limites e desejos de cada composição.

9) Falemos de seu 1º clipe. Por que a escolha da música ‘Tênis velho’ para seu 1º clipe?


= Porque ela permitiu juntar elementos que definem a Iza: filhas, gatos, violão e café da manhã.

10) Justo o 1º clipe oficial é um acústico. Há uma preferência por esse formato?


= Não é que haja uma preferência. Na verdade, minhas músicas começaram a ser conhecidas no formato acústico, em programas da rádio Cultura. Por que não lançar o 1o clipe assim, então?

11) Além das crianças (suas filhas Zoe e Alice), o clipe contém imagens de gatos (7 ao todo). Sabemos que você também é vegetariana. Como é essa relação com esse estilo de vida?


= Olha, eu tive 9 gatos em casa porquê acabo dando lar temporário (nessa muitos ficaram fixos hehehe) a muitos gatos que se encontravam em situações críticas na rua. É a forma que tenho de ajudar alguma coisa e tentar amenizar o problema seríssimo que é a quantidade de animais vagando na rua.

Quanto ao vegetarianismo, faz um tempo que não me considero vegetariana. Vez ou outra como bacalhau ou camarão, então, já traí o movimento hehehehe. Procuro manter uma vida, ao máximo possivel, equilibrada com a natureza. Me preocupo muito com isso, desde a mesa até a escolha de produtos de empresas que não utilizem animais como teste. É difícil, mas a gente vai conseguindo fazer algumas substituições. Acredito que as verdadeiras revoluções sejam feitas assim, partindo da mudança de pequenos hábitos, em nossas próprias vidas. Assim, me sinto muito à vontade para discursar sobre o que acredito.

Assistam ao clipe Tênis Velho:



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