DESPIDOS
NO VEROPA
Ao receber o sinal que os Matrapilhos, de Brasília, estavam a fim de conhecer nossa terra, não poderia dizer não. Nos conhecemos desde os anos 80 e 90, na época ainda das cartas, e apesar de termos tocado já 3 vezes no Distrito Federal, nunca tivemos a oportunidade de tocarmos juntos. Fora isso, Marcio Vinicius (juntamente com o Petrônio, (do Crushed Bones) foram responsáveis pela boa acolhida que tivemos no último rolê por lá, inclusive organizando um show no já clássico bar Sub Pub, do também parceiro Emídio (Suicídio Coletivo). Acho que hoje pra mim, que cada vez menos produzo shows, mais vale trabalhar com amigos do que manter aquela relação produtor / banda contratada. Tou fora desse esquema.
Os Maltra chegaram na 6ª, e depois de um breve ensaio no Fábrika Studio, partimos pra feira do açaí, prum banho de gelada, e peixe com açaí, aonde os Maltra não agüentaram o calor e foram logo tirando as camisas, ficando totalmente a vontade como poucos paraenses até ficam, hehe. Será que chamaram a atenção?
INFERNINHO BOM
O 1º show, no Xani Club, começa com moçada se chegando dentro e fora do recinto. A noite prometia. Apesar dos contratempos de som, que resultaram num certo atraso (que odeio), o público compareceu em peso e a festa foi bonita. Show naquele porão sempre é foda e dessa vez foi mais ainda.
Sistema Nervoso começou a noite com um hardcore agressivo e deu pra ver que o povo tava com gás. Confesso que ainda não havia sacado o show deles, embora toquem muito em Ananindeua. Talvez precisem tocar mais por aqui também, assim como precisam urgente de uma gravação para mostrar seu potencial. Ah! Mais som autoral e menos covers seria bom também. Mas é apenas uma pequena dica.
O que falar dos Baby Loyds? Em shows genuinamente punk, como era o caso, funciona a mil. Mal deu pra chegar lá na frente. A casa tava lotada e o porão do Xani virou um inferno dos bons. Seus hit’s foram berrados por todos que se acotovelaram ali na frente. A nova formação, com Príamo Brandão no baixo e Giovani na guitarra, acrescentou e deu mais musicalidade ao punk rock tradicional da banda.
Delinquentes chega dando uma variada na noite, já que nessa hora o crossover veio a tona. Mas foi principalmente nas músicas mais antigas e hardcore, que a galera virou bicho. Aproveitamos para estrear som novo: Na Zona da Amazônia, que recebeu elogios e surpreendentemente, já chegou com alguns amigos cantando o coro.
E finalmente é a vez d’Os Maltrapilhos. Mesmo num calor infernal, o vocalista Marcio Vinicius cria coragem e veste seu tradicional macacão. E o porão veio abaixo. Com clássicos acumulados em 3 discos e 20 anos de estrada, Marcio, mais o Clebão na bateria, Rodrigo na guitarra e Ismael no baixo, mostraram a força e a garra do verdadeiro punk / hardcore de Ceilandia, local de origem da banda, com direito a 2 covers: Garoto do Subúrbio do Inocentes e Despedido dos Flicts. Moçada cantando junto (conheciam mesmo as letras, o que até me surpreendeu) e pogando do início ao fim.
Depois de todo o repertório, ao saírem, o povo eufórico queria mais e eles são obrigados a voltarem por pedidos de bis da galera. Cena bonita de se ver. Dever cumprido e uma saidera no bar dos Beatles com metade da banda, mais os três punks que sempre viajam com eles a tira colo (Luis Albuquerque, Angelo Máximo e Juratel, todos gente boas pacas e velha guardas que parecem ser continuação da banda) e alguns amigos daqui, incluindo a sempre presente keila Monteiro, do Cais Virado, a musicista regionalista mais punk que eu conheço.
AO VIVO NUMA RÁDIO PELA 1ª VEZ
O dia seguinte começa verdadeiramente no estúdio da rádio Cultura, onde a Funtelpa mais uma vez mostra a parceria que mantém desde tempos com a cena musical local, incluindo o rock. Tocaram no veterano programa Balanço do Rock sendo transmitido ao vivo pela rádio cultura (algo inédito para eles, segundo o Marcio em sua resenha), e graças à transmissão também via Portal Cultura, pode chegar até em Brasília, São Paulo e outras regiões, conforme constatamos depois pelo facebook. O lado bom da internet.
Depois de um rango delicioso e esperto na barraca do Kiko, onde fomos muito bem recebidos por ele, com direito a umas compras do melhor aguardente de Jambú de nossa região, partimos pra cidade nova.
PERDENDO PRUM FUSÍVEL
Surpreendente o povo freqüentador do Heavy Bar. Praça lotada e muita gente comprando o ingresso. Licor de Xorume (que estava desde cedo comigo nos corres) começa seu som e mostra o porquê de ter sido convidado para tocar no show do Marky Ramone. Hardcore furioso e agressivo e com seus coros sendo cantados pelo público presente. No final, a grande surpresa, dessa vez ruim: Uma das caixas de PA’s deu pau, justamente a ativa, o que começou a dar sinal que aquela noite seria de zebra. Perdemos prum simples fusível. Trocas de fusíveis (todas sendo queimadas) tentam-se alternativas e a opção restante seria tocar com a voz cantada numa caixa amplificada. Estilo anos 80 mesmo.
A Delinquentes até tenta, mas logicamente a caixa começou a saturar. Na 5ª música, cantei Gueto “a capela” e na última, deixei o palco e a galera acabou cantando sozinho. Poderia ser uma cena bonitona de se ver, pois o público tava endiabrado, se não fosse a tristeza de ver que Os maltrapilhos, mesmo com uma vontade insana de subirem ao palco, preferiram não tocar, o que me deixou extremamente pra baixo. Mas todos entenderam a escolha da banda. Ruim não tocar. Pior tocar sem ser ouvido, principalmente o vocal, num estilo em que as mensagens são o carro chefe da música.
Para esquecer as mágoas, mais uma saidera, dessa vez no clássico Bar do Mauro, com direito a garçom chapado e aluguel do Teco Trovão.
BARRACA DO K-XORRO PODRE E BANHO NO QUINTAL
No dia seguinte acordo com uma ideia louca de tentar fazer o último show (que o Carioca - Violenza iria fazer e que já havia sido cancelado por cagada da TAM) pra compensar o do dia anterior. Liga daqui, liga dali, com o batera Martiniano do meu lado me ajudando nos contatos. Fecho o Bar do Paraguay prum show matinê, fecho as bandas (Baby Loyds, Verminose e Kandirú), fecho o som (seria do Fábrika, coisa que não faço mais há anos) e fecho condução. Tudo certo? NÃO!!! Não daria pros Maltrapilhos, que teria que entregar o carro às 17h.
Cancela tudo e vamos todos pra praça da república, já num clima de curtição mesmo, com direito a visita na famosa barraca do K-Xorro Podre (outro símbolo de resistência), com direito a seus tradicionais discursos e explicações sobre suas camisas pros brasilienses. Mais cerveja, mais cachaça de jambú e mais saidera no katarrolandia, dessa vez com direito a banho com roupa e tudo no quintal (Será que os caras estavam com calor?), tendo como trilha sonora a demo Gritos de Agonia e Desespero, coletânea daqui dos anos 80 que o Clebão tava doido pra levar com ele. Só ficou tranqüilizado depois que soube que disponibilizaremos a mesma na internet o mais breve possível.
IMPRESSÕES FINAIS
O saldo foi positivo. Foi um fim de semana de caos e calor com uma moçada pra lá de gente boa, regado a gelada, punk rock e cachaça de jambú. Os Maltrapilhos deram seu recado e logicamente ficou um gosto de quero mais. Quem sabe não voltam num dos próximos Fabrikaos? Assim terão o prazer de tocarem num evento de médio porte, mas bem organizado (modéstia a parte, hehe), com horários rigorosos e som bom.
Agradecimentos especiais: A Melissa, que além de ter sido uma super anfitriã, soube estar do meu lado quando eu mais precisei; Ao Kiko pelo rango esperto; Ao Click or Die: Danielle Alves (fotos na sexta, desculpe o atraso) e principalmente ao Lucas Monte, que além das fotos no sábado, ainda tentou fazer com que voltasse o show; Ao Edinho (Heavy bar) e toda equipe de lá (incluindo o gente boa Def) pela real parceria; Ao Carioca e Coxinha (e o Marty) pela tentativa dos shows no domingo; Ao Xani Club por alugarem seu espaço; Ao Lucas Padilha e Raul Bentes (programa Balanço do Rock) e todos da Funtelpa e radio Cultura pela força sempre; Ao Zero pelos corres no carro no sábado; A todas as bandas que tocaram na faixa nesse evento (todas foram fodassas) e principalmente ao Licor de Xorume, que ainda deram um suporte e apoio extra; Ao Veg Casa, pela parceria sempre nas brocas; Ao Kalado por vir trazer o banner que os sequelados de tanta cachaça de jambú esqueceram na cidade nova; A todos que lotaram o show de 6ª (tenho certeza que foi diversão garantida) e aos que foram sábado, que se divertiram com o pouco que rolou; Principalmente: aos 4 Maltrapilhos e aos 3 acompanhantes. Todos gente boas e camaradas, como todos deveriam sempre ser. Voltem logo. VALEU!!!
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Ensaiando no Fábrika Studio |
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Na sala de espera do Fábrika |
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Conhecendo o Ver-o-peso |
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Giro pela city |
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No VEROPA |
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Em frente ao rio Guajará |
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Derretendo e chamando atenção por estarem a vontade |
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Merchan no Xani Club |
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Festa punk |
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Sistema Nervoso no Xani Club |
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Baby Loyds no Xani Club |
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Baby Loyds no Xani Club |
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Delinquentes no Xani Club |
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Xani Club |
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Os Maltrapilhos no Xani Club |
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Os Maltrapilhos no Xani Club |
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Os Maltrapilhos no Xani Club |
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Baby Loyds no Xani Club |
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Os Maltrapilhos no Xani Club |
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Os Maltrapilhos no Xani Club |
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Público animado |
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Maltrapilhos + Sistema Nervoso |
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Maltrapilhos na rádio Cultura |
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Maltrapilhos na rádio Cultura |
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Maltrapilhos na rádio Cultura |
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Maltrapilhos na rádio Cultura |
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Comida regional do Kiko |
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Licor de Xorume no Heavy Bar |
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Merchan no Heavy Bar |
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Papo esperto no Heavy Bar |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Delinquentes no Heavy Bar |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Licor de Xorume no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Delinquentes no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Delinquentes no Heavy Bar |
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Delinquentes no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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Delinquentes no Heavy Bar |
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Delinquentes no Heavy Bar |
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Delinquentes no Heavy Bar. Foto: Click or Die |
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No Bar do Mauro |
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Indo pra praça da re-pública |
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Na barraca do Dog (praça da república) |
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O último rango, em frente a praça |
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Reconhecendo aonde foi gravado o dvd planeta dos macacos |
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No mural do Fábrika Studio |
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A saidera no quintal do Katarrolandia |
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Não tava quente não |